À moda dos ratos  este pequeno mamífero, considerado asqueroso por todos, anda lançando  moda para os grandes gestores da Secretaria de Estado de Educação  (Seduc). Indesejado por viver na e da sujeira alheia, sempre demonstra  grande agilidade ao empreender fuga diante de qualquer ameaça. Sobrevive  no esgoto, às ocultas, tanto que se criou a palavra sorRATEIRO para  adjetivar quem trama às escondidas. E foi assim que os dirigentes da  rede pública de ensino do Pará se comportaram ontem, ao saber que uma  manifestação democrática dos profissionais de educação, em greve há mais  de um mês, caminhava rumo à sede da Seduc. Logo trataram de enviar seus  arautos para ordenarem a imediata remoção dos servidores do prédio. Com  isso, visavam gerar mais um ônus ao sindicato da classe com a  paralisação de um dia de trabalho no “coração” da máquina  administrativa; colar na categoria o rótulo de “bagunceiros” e  “ameaçadores”; e, por fim, justificar a ruptura do diálogo em prol da  solução da questão, a saber, o descumprimento do governo Simão Jatene da  lei de pagamento do piso nacional. Nós que estávamos trabalhando no  prédio da Seduc fomos pegos de surpresa com a autoritária decisão que  adveio “de cima para baixo”, sem exposição de motivos, sem explicações,  sem formalidades. Em seguida, seguranças vieram fazendo a varredura no  prédio. 
Vi uma senhora que esqueceu  algum objeto numa sala ser maltratada ao tentar voltar para pegar o que  era seu. Aos gritos o segurança falava “ordens são ordens e eu estou  aqui para cumpri-las”. 
A senhora, resignada, e todos  nós fomos verdadeiramente enxotados da forma mais covarde e abjeta. Este  dia 09 de novembro de 2011 deixa de ser uma quarta-feira qualquer no  calendário e passa a ser o dia que os dirigentes da educação pública do  estado do Pará, seguindo à risca a moda dos ratos, abrigaram-se, de  forma fugidia e asquerosa, no esgoto da história. 
Tony Vilhena Cientista político Técnico em gestão pública da Seduc 
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